PROMETHEUS – a tragédia do fogo
Dias 11 e 12 de maio no TEATRO MUNICIPAL BRÁS CUBAS – SANTOS
Encenação de Maria Thaís e dramaturgia de Leonardo Moreira
PROMETHEUS – a tragédia do fogo se apresentará em Santos nesses dias 11 e 12 de maio de 2013 no Teatro Municipal Brás Cubas.
Quinto espetáculo da Cia Teatro Balagan, PROMETHEUS resulta de uma longa e profunda pesquisa artística de vários profissionais iniciada em janeiro de 2008 que culminou na criação de um espetáculo a partir do mito de Prometeu, com o nome provisório de Prometheus Nostos - um espetáculo-protótipo.
O trabalho foi construído a partir de princípios e modos de criação que permeiam a história da Cia Teatro Balagan, como o trabalho com a palavra, as formas narrativas como base da encenação, o papel do coro como protagonista da ação cênica e, por último, a dança e o canto como matérias expressivas da escritura cênica.
O mito
O mito de Prometeu é o mito fundador da ideia de humanidade no mundo grego
Como Hesíodo expressa nos seus poemas Teogonia e Os Trabalhos e os Dias, Prometeu, um dos titãs, foi quem deu o fogo aos humanos. Em uma guerra pelo poder, o titã, tendo lutado contra sua própria linhagem, permanece ao lado de Zeus, que o responsabiliza pela distribuição dos dons divinos entre homens e a natureza. Nas Metamorfoses de Ovídio, Prometeu está intimamente ligado ao elemento humano por ter sido o autor da criação do homem à imagem dos deuses a partir de uma porção de lodo. Prometeu (aquele que pensa antes) divide tal responsabilidade com seu duplo, Epimeteu (aquele que pensa depois). Este, imprudente, distribui todas as qualidades aos animais esquecendo-se do homem. Zeus, insatisfeito com tal distribuição e tendo sido ludibriado em favor dos humanos por Prometeu, na repartição dos lotes de um sacrifício, expulsa os homens do banquete divino.
Em resposta à separação entre homens e deuses, Prometeu então rouba o fogo criado pelo ferreiro Hefesto, escondendo-o em uma férula oca. Prometeu teria ensinado os homens a usar o fogo e é assim que através deste mito os gregos explicam o aparecimento do fogo na terra, proporcionando ao homem o conhecimento, a aritmética, as artes, a domesticação de animais e a adivinhação do futuro. Para castigar Prometeu, Zeus pede a outros deuses que criem a primeira mulher, Pandora, carregando uma caixa onde estariam todos os males do mundo. Oferecida como presente ao titã previdente, quem acaba por abrir a caixa de Pandora é o imprudente Epimeteu. Os males então são distribuídos à humanidade, restando na caixa apenas a esperança (ou expectação). Instaura-se assim o tempo e a mortalidade. Ainda com o intuito de punir Prometeu, Zeus ordena que ele seja preso ao Cáucaso para ser torturado por Ethón, uma águia filha do monstro Tífon, que durante o dia lhe devora o fígado incessantemente; mas este regenera-se durante a noite. Mais tarde, Prometeu é libertado por Hércules, que mata a águia.
Sinopse
Em Prometheus – a tragédia do fogo as vozes dos atores-narradores, das personagens do mito e do coro se sobrepõem e se articulam no relato dos diversos acontecimentos que compõem o mito – a criação do homem, a separação dos deuses e dos homens, do homem e da natureza, dos irmãos Prometeu/Epimeteu, o roubo do fogo, a condenação do titã ao Cáucaso e sua libertação entre outros.
Encenação
A encenação, ainda que tenha a palavra como meio expressivo, traça relações, paralelos e fricções com outras formas de expressão, como o canto e a dança - mais especificamente as danças dos orixás. Assim, ao lado das narrativas, o espaço cênico, a sonoridade, os cantos gregos e as danças afro-brasileiras, o espetáculo estabelece um espaço de cruzamento entre mundos que, aparentemente, são apartados – o passado e o presente, o tempo mítico e o tempo cronológico, as mitologias grega e africana, etc.
Dramaturgia
A dinâmica de construção das narrativas tradicionais iluminou a construção do espetáculo Prometheus – a tragédia do fogo. Assim, a dramaturgia inédita, construída por Leonardo Moreira, articula e fricciona, a partir dos Estudos Cênicos criados pelos atores, diversas fontes sobre o tema, tais como: Prometeu Cadeeiro (em grego arcaico e sua tradução para o português) e os fragmentos das duas outras tragédias da trilogia – Prometeu Portador de Fogo e Prometeu Liberto – de Ésquilo, A Libertação de Prometeu de H. Müller, além de poemas e trechos de obras de autores como Goethe, Franz Kafka, Pirandello, André Gide, Kazantzakis, entre outros, sobre o mito, bem como outras obras que com ele dialogam.
Sonoridade
O Coro, como elemento mediador de toda ação cênica, é responsável por tecer as vozes e os sons do espetáculo. A sonoridade é uma voz narrativa e foi composta por Gregory Slivar, a partir da preparação vocal de Jean Pierre – que transmitiu aos atores cantos e trechos de textos em grego –, de frases musicais compostas como chamados, de instrumentos artesanais, de pedras, jarros de barro, etc.
Espaço Cênico
Esta multiplicidade de perspectivas é favorecida pela cenografia, proposta por Márcio Medina, composta por cortinas/muros que, ao serem manipuladas pelo coro de atores, reconfiguram os espaços de atuação ao longo do espetáculo. Os figurinos, ao contrário, sugerem uma unidade no tratamento visual a partir da criação de um conjunto de figuras sem tempo ou lugar, saídas do barro, que adquirem singularidade somente a partir das narrativas que contam.
Ficha Técnica
Com:
Ana Chiesa Yokoyama
Antonio Salvador
Gisele Petty
Gustavo Xella
Jean Pierre Kaletrianos
Leonardo Antunes
Natacha Dias
Hilda Gil
Martha Travassos
Vera Monteiro
Wellington Campos
Direção
Maria Thaís
Dramaturgia
Leonardo Moreira
Cenografia
Márcio Medina
Figurino
Carol Badra e Marcio Medina
Iluminação
Fábio Retti
Direção musical
Gregory Slivar
Diretores técnicos
Rafael Motta / Bruno Garcia
Preparador corporal dança dos orixás
Wellington Campos
Produção e administração
Deborah Penafiel
SERVIÇO
PROMETHEUS – a tragédia do fogo
Local: TEATRO MUNICIPAL BRÁS CUBAS
Av. Pinheiro Machado, n48 Vila Mathias, Santos-SP
Datas e horários: Sábado 11/5 às 20h30 e 12/5 às 18h
Entrada Gratuita
Duração – 80 minutos
Faixa etária: 12 anos
Workshop com Cia Teatro Balagan
Dia: 11/05
Horário: 13h30
Local: Foyer do Teatro Municipal Brás Cubas
20 vagas - Gratuito
Inscrições: pelo email: contato@ciateatrobalagan.com.br
Sobre a oficina
Desenvolvida pela equipe da Cia Teatro Balagan, orientada pela diretora e professora Maria Thaís, a ação pedagógica pretende compartilhar elementos e procedimentos de trabalho utilizados nos estudos e espetáculos da Cia.
A CIA TEATRO BALAGAN
Balagan é uma palavra presente em diversos idiomas como o russo, o turco, o árabe e o hebraico. Pode significar teatro de feira, baderna, bagunça ou confusão.
Desde seu surgimento, em 1999, a Cia Teatro Balagan formou-se como um núcleo de criação que reúne artistas o redor de uma prática teatral fundada na experimentação. Para nós, os processos criativos têm um caráter pedagógico, pois permitem a formação continuada dos artistas envolvidos e, em uma segunda instância, através do espetáculo, a formação dos espectadores. É no espetáculo que se organiza e para onde convergem as vozes criadoras – da cenografia à atuação, da dramaturgia à iluminação, da produção à direção e ao público – que, juntas, geram a polifonia da cena.
Em 1999, a Cia estreou o primeiro espetáculo, Sacromaquia. Desde então foram criadas outras quarto obras: A Besta na Lua (2003), Tauromaquia (2004-2006), Západ – A Tragédia do Poder (2006-2007) e Prometheus – a tragédia do fogo (2010-2012). Em 2007 e 2008, realizou o projeto Do Inumano ao mais-Humano que integrava duas ações de formação: uma voltada para os artistas da Cia e outra, à Formação do Olhar para o Teatro, voltada para o espectador. Dois dos temas pesquisados ali, Inumano-trágico e Inumano-animal geraram dois espetáculos respectivamente, Prometheus e Recusa.
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